segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Por que eu me corto

Há mais dor dentro de mim do que eu posso suportar.


Os cortes não são nada comparado ao que há dentro de mim. Eles são fruto da dor, do bullying, do desejo de aceitação, do choro noturno que não era ouvido, da exclusão. Eles são fruto de todas as vezes que fui chamada de gorda, feia, arrogante, lerda e etc...as pessoas são bem criativas com insultos. Tantas vezes eu passei horas chorando sozinha, as vezes na minha cama na hora de dormir ou simplesmente jogada no chão do quarto chorando sem parar. Penso que se as pessoas conseguissem enxergar toda essa dor dentro de mim, elas não iriam perguntar por que eu me corto, iriam perguntar como aguento.

A tristeza sempre esteve em minha alma e agora ela está em meu corpo. Minha alma chora, meu coração dói pois está pesado, ele já não aguenta essa vida. E por isso meus pulsos sangram. Os cortes aliviam tudo de uma maneira única, de um jeito que palavras e outras cosias não podem fazer. A lâmina é única, o corte é único, o sangue...Me acha louca? Doente? Sim, eu estou doente. Minha alma está clamando por cura e libertação e meu corpo sofre as consequências disso.

Atualmente eu me sinto melhor, mas os cortes já se tornaram um vício. Mesmo não estando tão triste quanto antes, eu sinto a necessidade de me cortar. Nada me faz tão bem, apesar de durar apenas alguns segundos. É como uma droga, me faz mal em todos os outros sentidos, mas preciso disso pra viver. Tento aguentar o máximo que posso, mas minha mente já está condicionada aos cortes. Ansiedade, tristeza, nervosismo, vergonha, tudo leva aos cortes. A lâmina...como eu desejo ela, é uma tentação, sinto meu corpo tremer só de falar nela. Só que no final a verdade continua sendo uma só: quem sangra mais não são meus pulsos, e sim minha alma.

Purple Butterfly

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"As vezes dá preguiça, na areia movediça. Quanto mais eu mexo mais afundo em mim."
Danni Carlos