segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Desabafo



Eu nem sei mais se vocês ainda visitam meu blog, mas eu preciso falar e este ainda me parece ser meu lugar seguro. Eu tinha melhorado muito, aprendido a lidar com meus sentimentos, mas de umas semanas pra cá eu tenho sentido que a depressão está voltando com força total. Não quero comer, não quero sair da cama (O que me força a sair é a faculdade), estou sofrendo por um relacionamento que não tem a menor chance de ser reatado e que foi findado há mais ou menos um ano.

Em casa as coisas não estão das melhores, quando minha mãe briga comigo o discurso dela me faz sentir desmerecedora de uma boa vida. Talvez ela esteja apenas querendo me ajudar, esteja cansada, é preciso compreendê-la, mesmo assim suas palavras mexem em minhas feridas, talvez porque eu mesma não me considere merecedora de nada. E falando em feridas, volta e meia todas as lembranças de quando eu sofria bullying retornar e me fazem reviver aqueles momentos. É como se estivesse tudo acontecendo de novo na minha mente todos os dias.

Não tenho certeza de mais nada, me sinto perdida, não gosto do meu corpo, da minha aparência, não estou feliz com o rumo da minha vida, mas estou tentando fazer o melhor que posso. Todos os planos que fiz para mudar minha situação foram frustrados. Estou cansada de lutar e não tenho coragem de desistir.

Se você se identificou de alguma forma, deixe um comentário. Talvez possamos não nos sentir tão sozinhos.

Grande abraço,

Purple Butterfly

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Por favor, leiam.


Olá, anjos, como estão? Faz tempo que não escrevo. Depois que ouvi que eu falava que estava triste pra chamar atenção meus meios de me expressar se fecharam de certo modo. Mas eu vim aqui porque não sei quanto tempo mais vou estar por perto, digo viva, talvez eu finalmente tome coragem mais uma vez e consiga acabar com tudo. Então existem algumas coisas que eu quero que saibam.

Meus são considerados egoístas por muitos e eu talvez seja chamada de covarde e etc, mas isso não muda o que eu sinto. Todos os dias sinto esse desespero que queima em dor alucinante cortando meu peito e fazendo com que respirar se torne uma tortura. Meus pais já estão muito feridos, minha mãe não me suporta mais. Eles dão seu melhor por mim, mas eu não sou o melhor pra eles. Aceito minha culpa e tenho que pagar por isso, pagar pelo mal que fiz a eles durante esses anos. Uma última vez irei machucá-los e em meses ou menos a ferida irá sarar.

Não sinto liberdade, me sinto presa a uma gaiola da qual não consigo me libertar. Nada mais faz sentido, exceto findar minha vida. Todos os dias minha mente me atormenta com lembranças que eu desejava não ter. Memórias sobre humilhações, bullying, abandono...Tudo aquilo que eu desejava esquecer. Meus pscicólogos e todos dizem que só depende de mim e que agora só eu posso me ajudar. Não há mais jeito, porque eu realmente não consigo fazer muito por mim. O que eu tinha de mais precioso era a minha relação com minha mãe, mas isso se quebrou, e agora, me sinto sozinha quase o tempo todo.

Quanto a vocês, tenho alguns pedidos a fazer: não desistam, eu sei que há guerreiros mais fortes que eu aqui. Não acreditem nas mentiras que te contam, se o fizer um dia você não poderá mais se livrar delas. Não se machuquem, vocês são perfeitos. Sigam em frente, vocês são lindos e eu queria abraçar cada um de vocês. Obrigada por tudo, não sei como vou ficar, mas eu precisava falar isso pra vocês.

Gratidão eterna,

Caroline (Purple Butterfly).

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Errado


O corpo errado com a mente errada. Nasceu no lugar errado, ouviu as coisas erradas, pensou errado e falou demasiadamente errado. Fez as escolhas erradas e teve as opções erradas. Teve os sonhos errados e as atitudes erradas. Pensava e falava muito, agia pouco. Tentou se concertar, se encaixar, mas não conseguiu. Quis ser diferente, ser melhor, ser certa, mas tudo que ela era não passava de um ser errado no lugar errado.

Consequentemente ela se isolou, passou a viver numa bolha dentro de si mesma. Não pertencia a nenhum lugar, não se encaixava. Ela só queria ir embora, partir, deixar a dor para trás e experimentar um pouco daquilo que chamam de felicidade. Ela  sonha em encontrar a sua casa, sonha em sair da bolha, sonha em não explodir de dor e agonia todos os dias. Ela não quer muito, mas o que ela quer ela não alcança.

Ela sou eu. E eu não sei por quanto tempo mais ela vai aguentar respirar.

Purple Butterfly

sábado, 4 de abril de 2015

Não faz mais sentido

“Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se curam.”



Eu fiquei sem escrever durante um bom tempo, sentava em frente ao notebook e simplesmente não conseguia que as palavras fluíssem como antes. Acho que é porque agora tenho guardado mais a minha dor. Cansei de repetir as mesmas coisas, as mesmas dores no peito...Pensei também que eu  não fosse mais importante, que meus textos não ajudavam mais. Já se sentiram assim? Sentiram que não fazia mais sentido continuar ou pedir ajuda?

Eu olho para o meu futuro e não vejo felicidade, tento ser otimista, mas a realidade sempre me acerta. Meus pais mudaram comigo, mudaram muito. Antes eu ficava firme e viva porque não queria que minha mãe sofresse, mas agora eu acho que ela não precisa mais de mim. Sinceramente, creio que eu tive muita sorte em ter os pais que tenho, mas eles não tiveram sorte nenhuma em me ter como filha. Eu sei que tenho amigos, mas eu sou um peso para a minha família. Eles estão cansados, exaustos de mim, e eu não os culpo, eu também estou.


Não tenho muito a dizer, só quero ficar quieta e ver o tempo passar. Dormir, dar o meu máximo para que eles sejam felizes e quem sabe um dia eu enxergue beleza na vida...

Ou não.

Purple Butterfly

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Quem eu sou agora

É preciso aceitar o fato de que as vezes a vida não é justa e de que não temos escolha a não ser seguir em frente.


Boa tare, Anjos, como estão? Faz tempo que não escrevo aqui e peço perdão pela falta de notícias. Bem, o fato é que eu estive passando por uma jornada dura para enxergar certas verdades na minha vida. E agora, existem algumas coisas que quero dizer.

Quando comecei a escrever aqui eu tinha 17 anos (2013) e estava na pior fase da minha vida que passei até agora. Eu era uma garota adolescente afundando em seus problemas e sendo enforcada pelos próprios fantasmas. Minha vida girava em torno de cortes, suicídio, bulimia, anorexia, depressão e outras séries e transtornos. Nada fazia sentido pra mim. Foi preciso muita coragem pra enfrentar tudo isso e eu não teria conseguido sem o apoio da minha mãe e alguns tios, o apoio de vocês e de amigos.

Agora, posso dizer que estou melhor em relação à muitas coisas, apesar de ter ocorrido mais uma tentativa de suicídio em 2014. Eu não me corto mais, estou há cinco meses sem me cortar, e sinto que tenho mais controle sobre isso. Ainda penso em suicídio e em me machucar, mas esses pensamentos não me dominam mais. Posso dizer que dentro do possível estou levando uma vida “normal”. Entrei pra faculdade, mudei meu estilo. E, anjos, se eu consegui vocês também conseguem.

Mas o que eu realmente queria dizer é que chega um momento em que você não pode mais ser um adolescente depressivo. As pessoas passam a cobrar mais de você e você simplesmente não tem a escolha e ficar trancado no quarto com tudo escuro. Daqui a dois ias eu completo 19 anos. Não pensei que eu fosse durar tanto. E acontece que aquela menina de 17 anos morreu para o mundo. Hoje, eu sou uma moça assustada com meu futuro, mas que não se deixa paralisar pelo medo. Eu sou uma moça que faz escolhas, que não deixa os outros perceberem sua própria tristeza. Uma moça que engole seus sentimentos parte pra luta todos os dias.

Eu admito que as vezes tudo que eu queria era poder ficar quieta e que o mundo desaparecesse, mas a vida não dá essa opção. Então, quero que saibam que depois de tudo eu ainda estou aqui. E quero dar força à vocês no que precisarem, então contem comigo. Obrigada por tudo, pelos comentários, pelas visualizações, por tudo.

Grande abraço e grande beijo pra vocês,


Purple Butterfly.
"As vezes dá preguiça, na areia movediça. Quanto mais eu mexo mais afundo em mim."
Danni Carlos