quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Minha Rotina

Se você não passa por isso, não espero que entenda, não completamente.



Sinto como se estivesse prestes a explodir. Minha rotina é torturante. Suicídio, cortes, dor, sofrimento, agonia, rejeição, isso nunca sai da minha mente. Pode ser que por alguns momentos eu me distraia, mas eu sempre volto a cair. O pior é que quando eu caio após levantar eu não volto pro mesmo lugar, eu vou pra um lugar mais fundo, mais sombrio do que antes. Amigas me falam "tenta assistir um filme de comédia, pra te fazer rir". O que elas não entendem é que o vazio que fica depois que aquela alegria passageira vai embora é terrível, difícil de suportar. Eu tento, eu quero ser forte. Mas eu já tentei tanto, já cai tantas vezes, acho que minha alma já se esqueceu de como são alguns sentimentos que acho que as pessoas chamam de alegria, paz ou esperança.

Eu sofro por ser assim. O pior é a decepção que eu vejo no rosto da minha mãe quando ela olha pro meu braço e diz: "Você se cortou de novo?". E ainda ter que ouvir as pessoas dizendo: "Isso aí é pra chamar atenção. Para com essa modinha." Chamar atenção? Ué, por que eu os escondo todos os dias, então? Se eu pudesse pararia agora, eu não aguento machucar aqueles se importam comigo. Porque querendo ou não, toda vez que me corto eu também machuco os que me amam. Se um dia eu parar, não vou parar por mim, vou parar por eles. Vou parar pra que minha mãe não sinta que falhou comigo. Porque ela não falhou. Ela sempre foi maravilhosa, o problema foi o resto do mundo.

Estou cansada da dor, cansada dos cortes. Queria voltar atrás e mudar minhas ações, fugir das decepções. Ir para uma escola diferente. Não ficar amiga de certas pessoas pra que depois elas me abandonassem. Não fazer o primeiro corte. Mas a verdade maior, aquilo que mais me assusta e me atormenta é saber que não importa o quanto meu futuro possa ser maravilhoso, eu nunca vou mudar meu passado. As decepções sempre estarão dentro de mim. As cicatrizes sempre estarão em meus braços.

Purple Butterfly.

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"As vezes dá preguiça, na areia movediça. Quanto mais eu mexo mais afundo em mim."
Danni Carlos